lunes, 15 de noviembre de 2010

Remondes



Quarta-feira, 10 de Novembro de 2010

A freguesia de Remondes situa-se no extremo ocidental do concelho de Mogadouro, mesmo no limite com o vizinho município de Macedo de Cavaleiros. Está situada muito perto da margem esquerda do rio Sabor (segundo Conceição Meirinho este rio é o único da europa que ainda se encontra em estado selvagem e irá perder este estatuto uma vez que está projectada uma barragem que será edificada no caudal do mesmo). O topónimo da freguesia advém do nome próprio Remondianes (latino) e poderá estar relacionado com a corrupção de Remonde Anes. Com efeito, este era um nome muito usual até ao séc. XIII e que, inclusivamente, aparece em documentos da chancelaria de D. Afonso III. Pinho Leal refere que "o nome d'esta freguesia significa - filho ou da família de Reymondo (Raymundo). Depois dizia-se Raymundes".
Desta feita, depois desta pequena introdução seguimos a visita a Remondes, cuja cicerone, Conceição Meirinho (colega de trabalho e habitante desta aldeia), tão bem nos apresentou. As ruas estreitas, quelhas, casas típicas, os lavadouros públicos, bem como as suas fontes, a igreja matriz e pelourinho, as pessoas...o dia-a-dia "Remondiano". Pelo meio uma habitante que um pouco "encabrunhada", dizia que as "casas velhas estão a cair e ninguém faz nada. Não tire fotografias a essas casas (dizia ela)". Talvez não encontre utilidade nenhuma numas paredes ruidas e suportadas num baralho de pedras, que ao minimo sopro se vão desmoronar. No entanto, através dessas mesmas pedras e telhas, alguém viveu e cresceu e aí restam apenas as ruinas da memória que já lá vai, mas que perdura pelos tempos.
Uma coisa é certa, muito se pode fazer por estas aldeias transmontanas, que necessitam de intervenção rápida, medidas de anti-desertificação e sustentabilidade. Sustentabilidade essa que só é possivel através do aproveitamento de todo o património natural onde estão inseridas em conjunto com o turismo rural. Porque o que é certo é que o movimento migratório populacional para as grandes cidades não se vai deixar de fazer e para contrariar este fluxo algo tem de ser feito.

Leila Rebelo Campos

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