viernes, 5 de noviembre de 2010

Dois em um: Vale de Porco e Urrós


Trabanca, 5 de Novembro de 2010.

Continuam as viagens pelo portugalinho...

Vale de Porco e Urrós foram as duas freguesias, do concelho de Mogadouro, que visitei ontem. Distam uma da outra cerca de 30 km, mas ambas são feitas da mesma matéria, puro sangue transmontano.
Cerca das 9h30 lá estava eu na primeira localidade Vale de Porco, que nem é vale e tão pouco vi porcos (lol), contudo passo a explicar. Esta bela e pequena localidade e, que segundo reza a história, esteve edificada num pequeno vale a 5 km, no sítio da Freixeda onde se encontra a ermida da N. Sr.ª da Assunção (foram recolhidos vestigios nos terrenos afectos à capela que comprovam a existência de uma povoação nesse local), que há muitos anos atrás foi ponto de discórdia entre a povoação de Vale de Porco e de Castelo Branco. Como tal, para que a disputa terminasse, os habitantes, que tinham como principal actividade económica a criação de porcos, decidiram dar autonomia aos seus suinos, para que estes escolhessem o local onde se edificaria o novo Vale de Porco, que é onde se encontra desde então. Acabadas as quezíllias, a vida continuou nesta pequena localidade, que até hoje mantém a tradição dos chocalheiros, que todos os anos na altura do solestício de Inverno saem à rua para agradecer as colheitas do ano.
Para além do contexto histórico, Vale de Porco possui algum património arquitectónico, mas principalmente humano. Resta-me a agradecer ao meu guia turístico que muito bem me acolheu e me deu a conhecer a sua terra natal, o Presidente da Junta de Freguesia, Augusto Dulcíneo.

Próxima paragem: Urrós

Esta freguesia, que fica bem perto da segunda maior freguesia de Mogadouro, Bemposta, encontra-se situada numa pequena chã, entre dois ribeiros, de vales poucos declivosos e pequenos. Possui um uma enorme quantidade de sepulturas romanas espalhadas por toda a área desta freguesia, que tem como vizinha e irmã, a vila espanhola de Fermoselle. Mas não só de tumbas vive Urrós...possui uma capela (parcialmente destruída), conhecida pela ermida de S. Fecundo, um pequeno púlpito no meio de nenhures entre barrocos, que segundo a população local está situado onde supostamente teria sido a primeira morada de Urrós e bodegas (adegas) escavadas na terra e na pedra, totalmente ao abandono, o que me leva a perguntar onde está o IGESPAR nestas situações?Se bem que aqui existem outros factores de conflito - o factor particular/privado.
Depois de tanto palmear, deixei Urrós para trás e segui rumo até Trabanca, com mais bagagem tanto a nível intersubjectivo, como de background histórico.


Leila Rebelo Campos

No hay comentarios:

Publicar un comentario